sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Grimório

  Grimório é um livro de conhecimentos mágicos, com anotações de práticas pessoais, ou seja, um diário mágico, escrito entre o final da Idade Média e o século XVIII. Tais livros contêm correspondências astrológicas, listas de anjos e demônios, orientações sobre como efetuar feitiços ou misturar remédios, conjurar entidades sobrenaturais e da confecção de talismãs, de acordo com o ponto-de-vista e com os estudos experimentais do autor.Um grimório, por sua vez, seria a descrição de uma combinação de símbolos mágicos e de como combiná-los de forma apropriada, dentro de um sistema de magia.
 
     A palavra grimório vem do francês antigo gramaire, da mesma raiz que a palavra gramática. Isto se deve ao fato de, na metade final da Idade Média, gramáticas de latim (livros sobre dicção e sintaxe de latim) serem guardados em escolas e universidades controladas pela Igreja – e para a maioria iletrada, livros não-eclesiásticos eram suspeitos de conter magia. Mas gramática também denota, para letrados e iletrados, um livro de instruções básicas. Uma gramática representa a descrição de uma combinação de símbolos, contendo também a descrição de como combiná-los, de modo a criar frases lógicas.
     Alguns dos grimórios mais famosos são:
  • O Livro da Sagrada Magia de Abramelin, o Mago
  • Liber Juratis, ou, O Livro Jurado de Honorius
  • A Franga Preta (The Black Pullet)
  • A Chave de Salomão
  • The Lemegeton ou A Chave Menor de Salomão
  • Le Grand Grimoire, O Grande Grimório
  • O Livro de São Cipriano, o bruxo - Capa preta (magia negra). O livro de capa de aço, na verdade, não foi escrito por ele, mas por discípulos dele.
Ao final do século XIX, muitos desses textos (incluindo o Abramelin e A Chave de Salomão) foram reivindicados por organizações mágicas para-maçônicas como a Ordem Hermética do Amanhecer Dourado e a Ordo Templi Orientis. Aleister Crowley, adepto de ambos os grupos, serviu como vetor para um número de movimentos modernos, incluindo a Wicca, o Satanismo e a Magia do Caos.
Existe um sistema doméstico, ativo desde o século XIX, que vende grimórios falsos ou de traduções grosseiras (grande parte dos originais encontra-se em francês ou latim e são particularmente raros), apesar de existirem edições fiéis para a maioria das obras supracitadas.
Um grimório mais recente é o Simon Necronomicon, cujo nome veio a partir do livro de mágicas fictício criado pelo autor H. P. Lovecraft e inspirado na mitologia suméria e na Ars Goetia (esta última, uma seção do grimório A Chave Menor de Salomão que lida com invocações de demônios).
O manuscrito Voynich é considerado por alguns como um grimório, apesar de seu texto nunca haver sido decifrado - existe a possibilidade de ser um embuste com séculos de idade.
Livros de encantamentos (veja Papiros Mágicos Gregos) também são conhecidos desde os tempos mais remotos e são chamados grimórios por acadêmicos da atualidade. A maioria deles foram resgatados das areias do Egito e estão escritos em grego antigo e egípcio demótico.

domingo, 15 de setembro de 2013

Hemera

Na mitologia grega, Hemera – filha de Nix (a noite) com Érebo (deus da escuridão) – era a personificação do dia (a deusa é interligada ao fato mitológico de poder ter sido a primeira deusa a representar o sol). Teve um romance com seu irmão Étere com ele teve uma filha, Tálassa. Unida a este, também gerou seres não antropomorfizados: Tristeza, Ira, Mentira, etc. A lista de Higino atribui-lhe como filhos: Oceano, Têmis, Briareu, Giges, Estérope, Atlas, Hiperião, Saturno (Pierre Grimal coloca a versão latina ao invés de Cronos), Moneta, Dione e as três Fúrias. Hemera personificava a luz do dia e o ciclo da manhã. Nasceu junto de Éter e das Hespérides. Era personificação do dia como divindade feminina.
Algumas tradições colocam Éter e Hemera como pais de Urano e de Gaia — logo como a semente de quase todos os deuses gregos. Segundo a mitologia, momentos antes de Hemera conceber Urano e Gaia, ouviam-se grandes estrondos por todo Universo, como se o céu estivesse sendo influenciado pela deusa (é citado que isso se deve ao fato de Hemera ter uma forte ligação com Éter). Mais tarde, passou a compor o séquito de Hélio ao lado das Hespérides. Era também guardiã das fronteiras, entre o mundo onde chegava a luz e o mundo das sombras.
Segundo Hesíodo, Hemera habita junto com sua mãe além do Oceano, no extremo do Ocidente. Lá, um grande muro separa as portas do Inferno do Mundo visível. Atrás do muro há o grande palácio onde ambas residem, mas nunca as duas estão juntas. Quando Hemera sai, sua mãe espera até a hora de lançar a noite sobre o mundo. Quando Hemera retorna cruza por sobre o muro e cumprimenta sua mãe que saia para correr pelo Mundo. Como diz Hesíodo: "Nunca o palácio fecha ambas".